Sunday, 6 September 2020


Deuses de Barro 

From Agustina Bessa-Luís I select some paragraphs that, incredible as it may seem, belong to a nineteen-year-old writer.


«A dor é uma epidemia eterna; uma horrível e colossal epidemia, duas vezes horrível por ser indebelável, porque sem piedade nos vem corroendo, porque sem esperança as gerações irá despedaçando. Não chores. Faz-se um vácuo dentro de mim quando alguém chora. Um vácuo largo, de abismo...»

Do these lines not coincide with the verses of the bard Donne? Had the still adolescent Agustina heard the bells of the poet who suffered because any man's death disminishes me, because I am involved in mankind?
Two pages later

«Criais os vossos deuses à semelhança das vossas ambições. São deuses de barro, de vosso barro de desepero, raiva, despeito, amor, suavidade e rancores. Rendeis homenagem ao Deus Universal e Único, mas dentro de cada um de vós há um altar erguido ao Deus particular ao qual a vossa alma presta um particular culto.»

For words like these, the writer Sousa Costa, whom she asked to preface the book, returned it to her, denying her request; because he believed in God and in Christ and could not share with what he had read. Notwithstanding, he encouraged her to continue writing because she saw in Agustina a rough diamond. The iconoclast overcame disappointment, vowed never to ask anyone else for their opinion and continued to write for the joy of thousands and thousands of readers.
From my Borstal,
LDR


Deuses de Barro. Agustina Bessa-Luís. Relógio D´Agua Editores. Lisboa 2017

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