Deuses de Barro
From
Agustina Bessa-Luís I select some paragraphs that, incredible as it may seem,
belong to a nineteen-year-old writer.
«A dor
é uma epidemia eterna; uma horrível e colossal epidemia, duas vezes horrível
por ser indebelável, porque sem piedade nos vem corroendo, porque sem esperança
as gerações irá despedaçando. Não chores. Faz-se um vácuo dentro de mim quando
alguém chora. Um vácuo largo, de abismo...»
Do
these lines not coincide with the verses of the bard Donne? Had the still
adolescent Agustina heard the bells
of the poet who suffered because any
man's death disminishes me, because I am involved in mankind?
Two
pages later
«Criais
os vossos deuses à semelhança das vossas ambições. São deuses de barro, de
vosso barro de desepero, raiva, despeito, amor, suavidade e rancores. Rendeis
homenagem ao Deus Universal e Único, mas dentro de cada um de vós há um altar
erguido ao Deus particular ao qual a vossa alma presta um particular culto.»
For
words like these, the writer Sousa Costa, whom she asked to preface the book,
returned it to her, denying her request; because he believed in God and in
Christ and could not share with what he had read. Notwithstanding, he
encouraged her to continue writing because she saw in Agustina a rough diamond.
The iconoclast overcame disappointment, vowed never to ask anyone else for
their opinion and continued to write for the joy of thousands and thousands of
readers.
From
my Borstal,
LDR
Deuses de
Barro.
Agustina Bessa-Luís. Relógio D´Agua Editores. Lisboa 2017
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